quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Linguagem x Relação Social
Ingrid Scotti Cardoso – CRP: 06/133031
Eu sempre alerto aos pais de crianças Autistas, aflitos porque sua criança não é verbal, que essa não deveria ser nossa maior preocupação. Uso como exemplo indivíduos surdo/mudo, que talvez nunca se apropriem da linguagem verbal, e ainda assim serão capazes de comunicar-se, e desenvolver relação social. Isso porque tem intenção comunicativa, deseja relacionar-se com o outro, e de alguma maneira comunicar-se, e por isso desenvolvem mecanismos de comunicação – não verbal.
A dificuldade comunicativa do autismo vai muito alem da comunicação verbal, elas se apresentam nas dificuldades de expressar seus desejos, opiniões ou necessidades, de forma espontânea e funcional.
Quando falamos do TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), nosso trabalho como terapeutas, para favorecer a comunicação e consequentemente a relação social é despertar nesse indivíduo o interesse em relacionar-se, ajudá-lo a descobrir a função comunicativa, e enfim auxiliá-lo a comunicar-se; seja apontando, usando as PECS (sistema de troca de figuras), ou até mesmo através da linguagem verbal.
Mas como posso ajudar meu filho nessa fase?
Sabemos que não existe uma “receita” pronta para essa pergunta, mas algumas dicas podem ajudar.
Use os interesses de seu filho para iniciar uma interação. Todos nós gostamos de conversar sobre assuntos que nos interessam, a criança TEA não é diferente.  Normalmente as crianças com diagnóstico de autismo costumam ter objetos de interesse bem específicos e muitas vezes optam por brincar sempre com os mesmos brinquedos, ou assistem sempre aos mesmos desenhos e filmes.  Vamos imaginar que seu filho se identifique com um personagem, por exemplo, o vagão de trem Thomas, do desenho “Thomas e seus amigos”, sente próximo a ele com esse personagem em mãos, comece brincando com o vagão, deixe que ele se aproxime, faça os sons do trem, mostre como pode ser divertido brincar com você.
Mas não se esqueça, é preciso paciência e persistência, nem sempre da primeira vez você terá o sucesso desejado.
Dessa mesma forma trabalhamos nas terapias, desenvolvemos programas específicos para cada paciente, e partimos sempre do objeto de interesse da criança, para obtermos uma reposta positiva e muito mais rápida.
Existe uma razão para cada autista adotar um interesse específico. Se descobrirmos essa razão seremos capazes de encontrar nossas crianças, despertarmos seus talentos e nos aproximarmos delas.




segunda-feira, 2 de julho de 2018

Dificuldade de aprendizagem, quando buscar ajuda de um psicopedagogo?
Patrícia V. G. do Nascimento
É comum, receber no consultório, crianças e adolescentes com indicação de acompanhamento psicopedagógico. Mas quando realmente é indicado? Quando os pais precisam buscar essa ajuda? E a escola, quando deve fazer essa indicação?
É importante observar o desempenho escolar, a organização e cumprimento da criança e do adolescente nas lições de casa e trabalhos, responsabilidade com materiais escolares e horários, caso haja dificuldade nas realizações desses itens e também (mas não necessariamente) notas baixas, é importante procurar um psicopedagogo para que o mesmo avalie esses comportamentos.
O psicopedagogo durante a avaliação, poderá recorrer a outros profissionais para afirmar ou investigar melhor alguns resultados para então iniciar um plano de acompanhamento psicopedagógico. Ao se constatar algum transtorno ou distúrbio faz-se o uso de instrumentos psicopedagógicos para tratá-los, onde atividades específicas e jogos são sempre o foco do tratamento.
Gosto de ressaltar que o trabalho do psicopedagogo não tem prazo de validade, o tratamento visa sempre o tempo e a necessidade de cada criança e adolescente, e é de suma importância que o trabalho seja realizado em conjunto entre o profissional, a escola e a família e que as questões emocionais sejam sempre olhadas e respeitadas.

Em caso de dificuldade na aprendizagem, procure um psicopedagogo!




sábado, 5 de maio de 2018


BEBÊS ENTENDEM LIMITES?
Veronica Nascimento - CRP:06/129212
São muitas as questões envolvidas em relação aos limites para as crianças muito pequenas. Sejam pais, responsáveis ou professores, é comum ouvir queixas referentes a esse assunto: "meu filho não obedece"; "ela fica me provocando"; "sei que entende, mas finge que não", frases como essas são comuns no cotidiano escolar ou clínico.
É delicado distinguir exatamente o que um bebê entende, já que o desenvolvimento não é algo linear e padronizado para todos, dependendo de fatores biológicos e do contexto no qual a criança está inserida.
Considera-se que por volta dos dois anos a criança começa a entender o “não”, no entanto, não é possível determinar exatamente quando ocorre essa compreensão, já que é um processo gradual.
É importante lembrar que a criança precisa aprender a conviver e viver em sociedade e, desde bebê, aprende a todo momento. Cada palavra, gesto e atitude são percebidos pela criança e, progressivamente, a mesma se desenvolve, sendo assim, um bebê pode ouvir a palavra "não", acompanhada pela mudança na tonalidade de voz e expressão facial do adulto. É recomendável oferecer algum outro estímulo para a criança, já que nessa faixa etária é comum a repetição de atitudes consideradas inapropriadas (como colocar o dedo na tomada, por exemplo).
E o que é ser coerente? É inadequado ameaçar ou ser agressivo para lidar com a criança, já que a mesma aprende também com o modelo, e essa seria aparentemente a forma "correta" para lidar com problemas. Ser coerente significa manter o que é falado em relação às consequências daquela ação (ex.: se você derrubar, irá pegar) e não agir conforme o humor daquele momento.
Não podemos esquecer que a criança vive um intenso processo de aprendizagem e precisamos lidar com paciência, empatia e coerência para atuar a favor de um desenvolvimento sadio.



terça-feira, 26 de julho de 2016

Avaliação na Educação Infantil

Patrícia V. G. do Nascimento
Este é um tema, muitas vezes, polêmico, já que na educação infantil as crianças não são confrontadas com provas tradicionais, notas e rótulos. Então, como é avaliada a criança na educação infantil? Como é sabido se a criança está desenvolvendo e aprendendo conteúdos trabalhados na sala de aula?
A avaliação na educação infantil é um processo que precisa considerar o percurso trilhado pelos pequenos e fornecer elementos para a equipe repensar suas práticas.
Segundo As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), determinam que as instituições de ensino criem procedimentos para a avaliação do desenvolvimento da criança, visando a observação crítica e criativa durante as brincadeiras, atividades e interações sociais, é importante também acrescentar um olhar ao conhecimento que a criança trás de suas relações fora da escola. Ao utilizar instrumentos pontuais de avaliação, a escola leva à rotulação e ao estigma dos alunos, quando o foco precisa estar em como eles agem durante as práticas e interações.
É importante dizer que o professor tem papel primordial na avaliação na educação infantil, pois ela deve ser mediada por ele, onde o mesmo deve estar em estado de alerta permanente para o que o aluno está apreendendo e desenvolvendo no decorrer dos dias.
A avaliação na educação infantil é constante, diária e feita principalmente por meio de observação e registros do professor, é necessário entender que a prática avaliativa compreende, entre outros aspectos pedagógicos, trabalhar várias dimensões do ser humano, como a esfera biopsicossocial, associadas ao prazer pela descoberta da construção de significados com o mundo.


sexta-feira, 24 de junho de 2016



Lição de Casa
Patrícia V. G. do Nascimento

A lição de casa é uma atividade importante no aprendizado da criança, ela possui uma função pedagógica, sistematizando o aprendizado da sala de aula, aprofundando conhecimentos e novos conteúdos e também ensina a criança a construir uma relação de responsabilidade e autonomia, além de favorecer o hábito do estudo. Para que atinja esse sucesso é necessário que os professores forneçam orientação para a realização das mesmas e que os pais supervisionem e participem ativamente, incentivando seus filhos a realizarem-na, principalmente nos anos escolares iniciais.
É comum, pais reclamarem da quantidade excessiva de lição de casa enviada diariamente, por isso é necessário um bom diálogo entre a escola e pais, facilitando a distribuição e organização dessas lições, uma vez que a escola e mesmo a família devem levar em consideração que muitas vezes as crianças precisam de auxílio para executá-la.
Para o favorecimento da realização dessas lições, os pais podem criar junto com a criança, uma rotina de estudos, preparar um ambiente calmo e incentivar essa prática. Surgindo dúvidas por parte da criança, é aconselhável que os pais descrevam para os professores essas dúvidas, para que assim elas sejam sanadas em sala de aula durante as correções, já que as lições de casa são um complemento do conteúdo trabalhado em sala de aula.
Os pais podem encorajá-las nessa responsabilidade, ao demonstrar interesse e ao dar autonomia quando oferecem sua ajuda ao invés de fazer a lição pela criança.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016



Chupeta, quando e como tirar?
Patrícia V. G. do Nascimento
Devo oferecer ao meu bebê? Quais os prós e contras? Quando e como tirar?
São tantas as dúvidas que acometem os pais sobre o tema né? Pois bem, a chupeta acalma e tranquiliza, já que o bebê encontra, por meio da sucção, satisfação. Mas aos dois anos, ou antes, é o momento ideal de tirá-la, já que a chupeta deixa de exercer o seu papel de acalmar e passa a ser vista e utilizada como brinquedo atrapalhando também uma saudável dentição.
Tirá-la deve ser algo natural e tranquilo, é importante conversar com a criança, explicar os reais motivos de não chupá-la mais. Combine com a criança horários próprios para chupá-la (como para dormir, por exemplo), aos poucos diminua esses momentos e não se frustre com a falta de êxito, tenha paciência e comece novamente, é um exercício.
Na escola é ainda mais fácil tirá-la, já que a criança fica o tempo todo envolvida em atividades prazerosas, brincadeiras e acompanhadas de outras crianças, nesse ambiente é aconselhável o uso somente nas horas de cochilo.
Enquanto usar a chupeta, cuide para que ela esteja sempre limpa e guardada em um local de igual assepsia, para assim, evitar doenças.
O mais importante desse processo é a segurança dos pais e dos responsáveis, pois assim a criança se sentirá igualmente segura para vencer esse desafio. 


terça-feira, 17 de novembro de 2015



Reforço escolar, quando procurar?
Patrícia Valéria G. do Nascimento
Algumas crianças apresentam dificuldades em aprender e assimilar os conteúdos trabalhados nas escolas, os professores se esforçam para tirar a criança dessa condição e unem-se aos pais para sanar essas dificuldades, mas mesmo assim, às vezes, esses esforços parecem em vão. Neste momento, é chegada a hora de procurar um psicopedagogo ou psicólogo para realizar uma avaliação e investigar os motivos de tais dificuldades.
Somente esses profissionais, juntamente com a escola e a família, serão capazes de diagnosticar o problema e traçar estratégias para ajudar essa criança a sanar essas dificuldades.
Se o diagnóstico apontar algum transtorno, este deverá ser assistido por um psicólogo ou psicopedagogo, porém, sem transtorno, a criança necessitará de aulas extras de reforço escolar, onde o pedagogo poderá dar uma atenção única à mesma, ela terá liberdade para tirar suas dúvidas e aprender com uma linguagem específica e diferenciada. As aulas de reforço escolar, podem também serem ministradas concomitante os atendimentos psicopedagógicos e psicológicos para potencializar o efeito do aprender.
Contudo, é importante que a criança que apresente algum atraso na aprendizagem, seja assistida por profissionais competentes e que saibam classificar o real problema, para que seja oferecido o melhor método para que ela detenha esses obstáculos em seu desenvolvimento.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015



Garatuja, o que é isso?
Patrícia Valéria G. do Nascimento
As garatujas são os primeiros traços que a criança faz na tentativa de representar seu mundo, para depois, mais elaboradas, serem chamadas de desenho.
Elas fazem parte do desenvolvimento infantil e por meio delas, diariamente são ampliadas a motricidade, a escrita, a representação de mundo e a personalidade.
Mesmo sendo representadas de maneira evolutiva, não há uma classificação a ser perseguida para as garatujas, elas evoluem a partir das observações e experiências vivenciadas pelas crianças.
O professor deve fazer uso delas em sala de aula, proporcionando um ambiente em que o desenho possa ser cultivado, oferecer diversidade de materiais para ampliar o repertório e estimular a criatividade.
O desenho é também fonte de informação e os psicólogos o utilizam para perceber alguns traços de personalidade, sentimentos, necessidades e anseios.  É possível acessar acontecimentos, dificuldades e conquistas.
Contudo, desenhar para a criança é uma forma de brincar e o estímulo a essa prática, seja por parte da família, escola ou outros profissionais, é uma forma de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional.